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De exames a aplicativos com IA, a tecnologia pode ajudar na forma como cuidamos do corpo com planos que respeitam a biologia e o estilo de vida de cada um
Créditos: Istock/Rostislav_Sedlacek
Com ferramentas que vão desde testes genéticos até inteligência artificial aplicada à nutrição, a chamada saúde personalizada tem crescido e se tornado um dos principais pilares da nutrição do futuro, auxiliando na melhora e personalização de dietas e, consequentemente, na saúde geral. O que antes era baseado em fórmulas generalistas, como cortar carboidratos ou seguir um cardápio fixo, agora dá lugar a estratégias adaptadas a diferentes rotinas, necessidades, composição corporal e até ritmo de sono de cada indivíduo.
O corpo como código
Um dos maiores avanços está na forma como passamos a decodificar o funcionamento do corpo. Por meio de testes genéticos e exames de microbioma intestinal, já é possível identificar como cada organismo responde a diferentes grupos alimentares, a predisposição ao acúmulo de gordura, ao risco de resistência à insulina e a possíveis deficiências nutricionais.
Segundo pesquisadores da Mayo Clinic, organização norte-americana sem fins lucrativos da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares, a abordagem de nutrição de precisão pode ser essencial para prevenir doenças crônicas e otimizar os resultados de quem busca perder peso. “Mapear o microbioma e os genes ajuda a criar dietas que trabalham a favor do metabolismo de cada pessoa, em vez de aplicar uma fórmula padrão”, diz trecho de relatório divulgado pela instituição.
Medidas além da balança
Outro recurso importante é o uso de balanças de bioimpedância inteligentes. Estes aparelhos analisam a composição corporal de forma detalhada, diferenciando massa muscular, gordura visceral, níveis de hidratação e densidade óssea.
Integrados a aplicativos, permitem um acompanhamento em tempo real, orientando ajustes na alimentação e nos treinos com maior precisão. O resultado é um plano mais eficiente, capaz de preservar a massa magra, evitar o efeito sanfona e manter o emagrecimento de forma sustentável.
Dados em tempo real
Relógios, pulseiras e anéis inteligentes já fazem parte da rotina de quem cuida da saúde. Estes dispositivos, conhecidos como wearables, monitoram batimentos cardíacos, passos dados, calorias gastas e qualidade do sono – dados que, integrados a plataformas de IA, ajudam nutricionistas e treinadores a recalibrar metas constantemente.
“Com o uso da inteligência artificial, o processo fica mais individualizado, eficiente e até motivador. Com apenas alguns cliques, é possível acompanhar nossa rotina diária, como, por exemplo, quanto comemos, qualidade do sono, gasto calórico e até sugestões personalizadas de treinos e cardápios”, explica o médico do esporte e nutrólogo Thiago Viana, em entrevista ao Estado de Minas.
Acompanhamento contínuo e acessível
A tecnologia também amplia o acesso ao acompanhamento profissional, especialmente para quem vive fora dos grandes centros urbanos. Com a telemedicina, consultas com nutricionistas e outros especialistas podem ser realizadas por vídeo, com a mesma eficácia dos atendimentos presenciais. Isso permite a análise de exames e a adaptação de dietas de forma remota, sem prejuízo para o tratamento.
Esta flexibilidade é um dos pilares de um centro de emagrecimento, que combina o atendimento online com tecnologias de monitoramento remoto para oferecer suporte contínuo, não importa onde o paciente esteja.
Uso consciente da tecnologia
Apesar dos avanços, o uso da tecnologia no emagrecimento precisa ser criterioso. “Nem tudo que aparece como ‘dica personalizada’ é, de fato, seguro. Pessoas que seguem dietas radicais sugeridas por algoritmos, sem acompanhamento médico, podem acabar com deficiências nutricionais, perda de massa muscular e até desenvolver transtornos alimentares. A IA deve ser uma ferramenta de apoio, e não um substituto do profissional de saúde”, alerta Thiago Viana.
No fim das contas, o emagrecimento personalizado representa uma mudança profunda na forma como cuidamos do corpo: com menos fórmulas prontas, mais ciência e atenção aos dados que tornam cada organismo único.
