O Galaxy K Zoom, novo “cameraphone” da Samsung, chega hoje ao Brasil por R$ 2,1 mil tendo como destaque a câmera com lente de zoom e sensor de 20.7 megapixels. O Olhar Digital testou o aparelho e descreve abaixo seus pontos fortes e fracos.
Design
O aparelho é grosso, com 16,6 mm de espessura (chegando a 20,2 na parte com a câmera), mais do que o dobro do iPhone 5S, com 7,0mm, e o Galaxy S5, com 8,1mm. Esse tamanho todo serve para guardar o sensor da câmera e os elementos ópticos da lente do K, sendo uma concessão estética em prol do desempenho da câmera.
A capinha traseira possui a mesma textura da encontrada no Galaxy S5 e, assim como no outro smartphone da marca, pode ser removida. O cartão SIM é colocado abaixo da bateria, de 2.430 mAh, e há slot para MicroSD que se encontra na lateral esquerda do aparelho.
Na lateral oposta, três botões: um para volume, um para ligar/desligar/travar a tela e outro para a câmera. A lateral é dividida em duas: parte traseira branca e parte da frente prateada, com plástico que imita aço escovado.
A frente conta com botão home, tecla touch para voltar e outra para acesso aos aplicativos abertos. A tela de 4,8 polegadas possui resolução de 1280×720, o que resulta em densidade de 306 pixels por polegada com qualidade de imagem muito boa se considerada a resolução inferior a modelos topo de linha, que costumam usar 1920×1080.
Desempenho
O processador quad core de 1,3 GHz do Galaxy K Zoom é suficiente para fazer com que o smartphone rode impecavelmente em suas funções diárias, sem travar ou ficar lento ao entrar na internet, tirar fotos, fazer vídeos e rodar boa parte dos jogos, inclusive com gráficos 3D. Ao tentar desempenhar coisas mais pesadas, como Real Racing 3, no entanto, o jogo se mostra razoável com taxa de quadros caindo bastante em alguns casos.
Os 2 GB de RAM são suficientes para abrir vários aplicativos ao mesmo tempo, sem se preocupar com a lentidão em uso normal. Mesmo com vários aplicativos abertos, inclusive um de edição de vídeos, tudo rodou normalmente sem travamentos.
A memória interna é de 8 GB, com 4,9 GB disponíveis para uso, enquanto o resto é utilizado pelo sistema. O slot de cartão de memória suporta até 64 GB e deverá ser utilizado já que usuários deste smartphone tirarão fotos o tempo todo (e arquivos de 20,7 megapixels ocupam um espaço enorme).
O smartphone também possui um modo de ultra-economia de energia que promete durar até mais de 10 dias, embora o aparelho não faça muito mais do que enviar mensagens e realizar ligações, enquanto neste modo.
Câmera
O carro-chefe do smartphone é, claro, a câmera, que é a razão de sua existência. Em suma, ela não faz feio e se comporta como uma boa compacta, mas não tem aspectos profissionais, como diz a Samsung.
A câmera possui sensor de 5184×3888, no formato 4:3, mas também tira fotos em 3:2, como o formato de filme comum, com resolução máxima de 17,9 megapixels (5184×3456) e em modo wide, 16:9, com 15,1 megapixels (5184×2916).
A lente é seu maior trunfo, com distância focal de 4,4 a 44 mm, equivalente a um sensor full frame de uma lente 24-240 mm. Isso significa que o smartphone tira desde fotos quase “grande-angulares” quanto com bastante zoom óptico, numa distância focal 10x maior.
A qualide do sensor é ótima, com ISO indo até 3200 e flash de xenon respeitável para uma câmera deste tamanho, com fotos precisas e cores bonitas…até um zoom de 5x. Acima disso, é difícil confiar na qualidade da lente, que borra muito facilmente fora do centro.
As fotos abaixo mostram exemplos tirados a 1x (4,4mm) e a 10x (44mm), com um recorte da imagem a 100%.
Imagem reduzida, zoom óptico de 1x:
Como se pode ver, tudo é bonito, até mesmo no tamanho original, veja só:
Detalhe no centro do sensor:
Detalhe no canto superior direito do sensor:
Com um zoom de 10X, as coisas mudam um pouco:
O centro do sensor continua bonito:
O canto superior esquerdo, no entanto, está bem pior:
Ou seja: na mesma foto de superfície reta (a caixa do smartphone), a qualidade da imagem muda muito dependendo da posição. Isso é esperado mesmo em lentes profissionais, mas a diferença aqui é realmente grande.
O foco automático também deixa a desejar, funcionando de forma excelente com o zoom abaixo de 5x, mas falhando várias vezes seguidas (mesmo tocando a tela após várias tentativas) com o zoom no máximo. Uma função interessante, que é de extrema importância, é a escolha automática da exposição com controle por toque. Após escolher o foco, é possível arrastar uma pequena seta, no canto do indicador, para o local onde se deseja calcular a exposição, o que praticamente elimina fotos “estouradas” ou escuras demais, caso o usuário saiba o que está fazendo.
O estabilizador óptico funciona bem, diminuindo tremores das mãos tanto em fotos quanto em vídeos e permitindo imagens captadas em velocidades de obturador menores, com mais luz. Outra função interessante são os controles manuais que permitem ajustar velocidade do obturador, abertura da lente e ISO com toques. Não é muito prático fazer isso no dia a dia, mas é sempre interessante ter total controle de sua fotografia quando necessário.
A última crítica fica por conta da abertura da lente, com f/3.1 a 4,4 mm e f/6,3 a 44 mm. Comparada à abertura de f/2.0 do Z2 ou f/2.2 do iPhone 5S, ela é pequena, forçando o smartphone a utilizar ISO maior para conseguir a mesma iluminação. Também é algo comum em lentes zoom, em contraste às lentes fixas dos outros aparelhos, mas vale a menção.
Resumo
O smartphone não é topo-de-linha, embora custe quase a mesma coisa (R$ 2.100), nem é uma máquina topo-de-linha, ainda que seja melhor do que a maior parte dos smartphones. O Galaxy K Zoom é indicado para fotos com zoom médio, até 7x, e recomenda-se abusar do potente flash de xenon: ele será necessário em fotos escuras, dada a menor abertura máxima da lente.
Se você busca uma boa câmera e um bom smartphone tudo-em-um, o K Zoom é uma boa pedida. Mas se o objetivo for um smartphone satisfatório e uma câmera excelente, a mesma quantia pode ser investida separadamente nos dois aparelhos.
fonte: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/43125/43125