Desde 2011 havia rumores de que a Amazon lançaria um smartphone, mas foi só um ano atrás que, a partir de uma reportagem do Wall Street Journal, o tema ganhou mais relevância. Isso porque o jornal adiantava que vinha por aí uma tecnologia nova que permitiria exibição de conteúdo tridimensinoal sem uso de óculos, exatamente o que a Amazon mostrou hoje com o Fire Phone.
Depois de tanto se falar sobre o produto – que ninguém sabia ao certo se existiria -, ficou no ar a ideia de que ele poderia trazer um novo fôlego ao setor de smartphones, que anda meio carente de novidades empolgantes, mas será que o que se viu impressionará os consumidores?
Talvez sim, porque o Fire Phone de fato apresenta recursos novos, e não só o tal do efeito 3D. Há também o Firefly, que reconhece mais de 100 milhões de itens reais pela câmera do aparelho e permite que se tome ações sobre elas em segundos. Isso vale para o nome de uma empresa estampada numa revista, por exemplo: basta apontar a câmera e o sistema corre atrás de informações como endereço e telefone. Em outros casos, faz-se um link com a Amazon, de onde o produto escaneado pode ser comprado.
Há duas ressalvas importantes, a primeira sobre o Firefly: ele só faz sentido para quem conta com assistência total da Amazon, o que não é o caso do brasileiro. A empresa tanto sabe disso que, num primeiro momento, só lançará o Fire Phone nos Estados Unidos. E a Amazon não parece mesmo ser do tipo de trabalha seus mercados horizontalmente, porque há outros serviços exclusivos nos EUA, como o MayDay, um atendimento disponível 24 horas por dia para ajudar quem tem seus aparelhos a resolver problemas ou tirar dúvidas.
A segunda ressalva, sim, é sobre o 3D, que existe graças a um esquema de “perspectiva dinâmica” criado pela empresa usando quatro câmeras e um processador dedicado. Embora impressione, o resultado não parece tão distante do que é visto no 3DS, console da Nintendo que também exibe efeitos tridimensionais sem depender de óculos, mas que não tem câmeras para rastrear os movimentos do usuário e, portanto, possui um resultado limitado.
O iOS também faz algo nesse sentido, só que ao invés de câmeras, usa os sensores internos do iPhone, iPad ou iPod touch para dar a impressão de que a tela tem profundidade. O problema é que a Apple recebeu tantas críticas que precisou incluir uma opção para usuários poderem desabilitar o recurso, que fazia algumas pessoas se sentirem mal.
Será que o consumidor comprará o aparelho só por causa do efeito, a ponto de a Amazon arriscar um lançamento mundial? Porque o Firefly apresenta um benefício real e o 3D, não. Pior, a novidade pode se mostrar um tiro pela culatra se ocorrer o mesmo que a Apple enfrentou com o iOS.
De fato, a Amazon trouxe novidades interessantes ao mercado e o Firefly é a mais difícil de ser copiada, por depender de uma varejista tão abrangente como a própria empresa. Já o efeito 3D pode conquistar a ponto de virar tendência. Resta saber se os usuários acharão utilidade para ele.
fonte: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/42651/42651